Quando alguém, não se sabe quem, abre as persianas dos telhados do
planeta Terra e os raios de sol chegam com menos filtros, acalorando a sua superfície
e todos os móveis e imóveis existentes; quando esses raios piscam e repiscam
brilhos intensos e reflexões de luz, as pessoas mais sensitivas põem-se felizes
e simplificam-se, saudando como podem e sabem e usufruindo, as energias
promissoras.
Acontece um retorno ao original, a um estado puro, acontece uma
interrupção do tempo ou dá ideia disso. É um limbo, uma antecâmara de qualquer
coisa boa.
São assim os vislumbres dos dias de primavera que ensaiam ser
verão, a porem as pessoas à prova, para ver se já estão preparadas para
lidar com a canícula. É o anúncio com estilo dos tempos de glória, a rainha das estações
do ano em que quase se consegue esquecer a melancolia com os pezinhos em molho
de água fresca, massajados pelas águas dos mares calmos, a inaugurarem as
primeiras aventuras balneares.
Nos primeiros dias de sol intenso e se a brisa não muge, abre-se
a alma da gente, estendem-se no estendal as humidades do baú dos pensamentos,
espanam-se recordações emprateleiradas, mofentas.
Com o calor, os homens em geral ficam mais felizes e fazem menos
mal, mas isso não é universal, é uma mentira piedosa, já que não se podia
concluir um texto tão positivo, lembrando as tristezas de sempre.
De aqui a nada, é Verão.
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