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A mostrar mensagens de outubro, 2016

QUANDO OS LIVROS DESAPARECERAM

Esqueceu-se a imagem de uma folha de papel com palavras alinhavando frases. Sonhos acordados, poesia. Os homens deixaram de ler. Há mais de uma geração, duas gerações. Era cansativo, consumia-se tempo sem garantias de um bom desfecho. A vida não se toma de paixões com o que atrase a sua permanente urgência de apanhar o futuro, e os dois têm assuntos íntimos para resolver, adiados. Andam sempre na eminência não conseguida de apanharem os seus calcanhares e resolverem-se, e nunca se apanham. Há muitos anos que se esgotaram recursos da terra essenciais à vida dos homens, que na sua previdência natural, assistiram a isso como espectadores desinteressados. As florestas consumiram-se. Foi assim que deixou de haver papel, e livros. Nenhum dos dois factos – a falta deles - alteraram a vida das pessoas. Árvores e livros. A imagem aroveitou e substituiu a palavra escrita pensando-se que seria mais simples. A imagem diz mais coisas em modo concentrado, mas o que acon