Copenhaga, Tóquio, Jamaica, Europa, Shangri-la. Enumeração aleatória de lugares e regiões na geografia do mundo, identificáveis com um dedo apontado num mapa mundi . Excepto o último, paraíso, só reconhecível na imaginação. Na geografia de uma rua cabe todo o planeta. Dá-se-lhe a volta em dez minutos, sem sair do fuso . Isabel percorre , num vaivém contínuo e incansável, nómada errante, a rua que junta todos os lugares. Resgata marinheiros em compasso na terra dos outros. Salva-os da monotonia do tempo que está em suspenso, antes de mais uma partida. Oferece-se, não se faz poupada. No calor da refrega apressada, em lençóis de limpeza duvidosa, partilhados com outros ocupantes minúsculos residentes habituais, por vezes, uma centelha de calor atinge o outro, entremez na solidão dos afectos. Não sacia, dir-se-ia que reconforta ligeiramente, sem se dar por isso. Não faz da biografia um novelo: alimenta o corpo, um baton e alguma cor estridente para os olhos e po...