Está sentado na forma simples que os hindus têm de se sentar. Na India tudo é yoga, até a miséria absoluta e o fedor da morte ao virar dos cantos. O homem olha para o rio, calmo, meio-adormecido parece, nas horas quase paradas do meio da tarde. O calor é intenso e seco, outro homem não o aguentaria. Está habituado. Descansa do trabalho sem fim, uma escravatura dir-se-ia, mas não, é uma libertação. A Ilha onde este homem está sentado à beira do rio que se chama Brhamaputra e é um dos grandes rios da Índia onde tudo é muito, extenso e grande, está a desaparecer. Os homens demasiados homens que vivem nela, esgotaram os seus recursos. É sempre assim, depois queixam-se mas voltam sempre a pecar. Este é diferente. Não tinha com que entreter a miséria em que vivia e pobre por pobre em vez de ficar sentado a estender a mão a nada, escolheu plantar árvores. Na sua Ilha de Majuli. Começou essa mendigagem em 1979 e já plantou 341 hectares, de uma floresta tão bonita que voltou a receber...