É sempre assim! No princípio é só magnetismo, delícias de mil e uma noites, a fruição de todos os instantes, mas à medida que viram as folhas dos seus dias contados, vão ficando enfadonhos, não chegam ao fim, nem os podemos ver, os dias do mês. Este ano não vou comemorar Abril, viro-me para outros. Os outros andam meio aborrecidos comigo – não os mimo convenientemente, nem um piropo – e aceito as suas razões. Abril caiu-me sempre bem, mas o clima tem mudado muito, e nos últimos anos tem sido um mês de chuvas inesperadas, bruscas mudanças de temperatura, uma grande instabilidade que se reflecte nas pessoas. Optimistas que sejamos, um clima débil de carácter, erode o alento, baixa a guarda, não se sabe o que vestir. Nesse respeito deixámos de contar com Abril, que se tornou volúvel, dúbio, pouco fiável. Há outros meses que não me lembro habitualmente deles e merecem um olhar novo. Por exemplo Maio. Antes via-o como a passagem feita a correr para o Verão, logo al...