Nas ruas, grossas traves de madeira fazendo de muros, protegem as bestas das pessoas. Separam mirones dos “artistas”. Dá-se início à representação de um espectáculo antigo, um rito, uma tradição de cultura. Largam-se as bestas para gáudio do povo. São touros bravos. Esperam-se cornadas boas, piruetas e volteios, e sangue, o suficiente, o indispensável para colorir, e justificar, a tragicomédia que se representa todos anos. Festas religiosas estas, com procissão e velas e muita fé. As pessoas gostam de serem cilindradas! São às centenas os homens a correr à frente dos touros, uns a tentar escapar, outros a afrontar, a maioria só a ver. De ver se enche o olho e leva-se experiência para contar entre os amigos, inventando-se talvez alguma coragem, que não existiu, a não ser que seja coragem ter uma garrafa de cerveja na mão e estar encostado ao tal do muro, a ver quiçá já com os olhos enublados, a passagem dos cortejos. A largada vai terá o seu auge na praça de touros, de por