Alguém já disse, nos altos de muita sabedoria, ou de convívio privilegiado com os deuses, que as igrejas, sejam humildes capelas, sejam catedrais cheias de retorcidos gongóricos, são os eixos do mundo. Explicand: a querer dizer que os locais de culto foram construídos em pontos sensíveis do planeta terra, funcionando como pontos ou de convergência de energias ou de expansão das mesmas. O que explicaria serem lugares onde se experienciam sensações, que nos reconciliam e unem ao universo. Isto é o que alguém já disse, dizendo também que o sagrado, o espiritual, estava nisso, e daí a entrar-se numa polémica sem perspectivas de saída limpa, é um passo minúsculo. La Pigalle , é uma praça e um bairro, em Paris. A sua história picante começa em 1881 com a abertura do cabaret Gato Preto . Em 1885 Maxime Lisbonne (nome curioso) de regresso na Nova-Caledónia onde tinha sido condenado a perpétua e a seguir amnistiado, abre a Marmita, onde apresenta espectáculos ousados e acaba de inventar o st
U m Morgado, é o que é. Ou, parece que é. Acabado de entrar, ou de saída, de uma novela bucólica, romântica, um ambiente do campo, florzinhas, e zumbidos, e vida parada e pacata. Um personagem das Pupilas do Senhor Reitor, ou da Morgadinha dos Canaviais . Quase um lorde, visto ao longe. Todo o ano, indiferente a tanta coisa, que até ao tempo, às suas condições, de bom ou mau, ou ameno, com o mesmo atavio. Bota de carneira, ou imitando; calça escura que pode ter sido fazenda com uma cor específica, que já não tem; e casaco. De veludo. Já foi creme há muitos, muitos anos. No cocuruto, que bem enterrado, nela, na cabeça, uma qualquer coisa objecto. Pode que tenha sido um boné, uma boina, um simples gorro. Totalmente indiferenciado pelo uso contínuo. Dormirá com ele? É possível. Já não é um adereço, é um apêndice. E uma esplêndida – se não fosse despicienda no tamanho – cigarrilha. Não se vê fumo nem cheiro, apagada estará. Uma reentrância no ar vazio, colada à boca, que no se