Formoso. Nasce no estrangeiro – galego - e desagua no Tuela, quando passa na aldeia faz-se de grande, rio crescido, alarga a distância entre as duas margens. Nesse ponto não tem fundura, não ultrapassa a linha dos joelhos de um adulto, não dá para natações, nem exercícios de estilos. No verão os utentes ficam deitados, ancorados ao chão arenoso, nessa doce modorra põem a escrita da vida em dia, olhos alapardados no céu azul. As margens que desenham os contornos dos rios são duas vizinhas rivais. Aqui, uma aloja o casario granítico, ou inacabado, a outra, oliveiras e campo de pasto das ovelhas, que por lá se avistam, guardadas pelos mastodônticos cães de gado transmontano, cães imensos, com feições e corpanzil de se darem ao respeito, todavia, subornáveis por uma boa carícia, como qualquer dos mortais. Uma placa numa pedra em imitação de menhir, anuncia-a como a “Terra dos Engomadinhos”. Pode ser, não se viu nenhum, nem descobriu a origem dessa nomeação.