O secretário dormia, e até parece que ressonava um pouco, numa cadeira, espreguiçadeira. Numa pequena mesa ao seu lado, um copo com uma bebida que pode ser uma caipirinha. Porque não? O secretário passa “pelas brasas” e tem para além dos pés descalços, na areia, um livro que dá a sensação ser um romance, pousado, inerte, por abrir, no seu regaço adormecido. Enquanto ist o, num mundo que não é o seu, a classe que ele tutela, faz greve, já vez muitas, anda a fazer tantas. Ele não ouve esses ruídos incómodos, está na praia. As pequenas ondas do mar, apesar de pequenas e bonaçosas por ser verão, emitem ao darem o seu último suspiro na linha da areia, um ruido constante, muito relaxante, belo mesmo, e impede de se ouvir seja o que for. Muito menos se for um longínquo e meramente incomodativo esgar de gente imprópria, com interesses corporativos. Ah, as férias! Ausentamo-nos de tudo, carregamos baterias, a vida é madrasta o ano inteiro. O secretário balança agora...