Uma vida sem opções é uma vida sem escolha. Não o quero. Não sei o que está para além do mar que vejo da muralha da minha ilha. Pode ser o vazio. Ou não. Corro o risco. O confinamento é sempre uma prisão, numa cela ou numa ilha. Não sou eremita. Deve ser muito difícil sê-lo. Conseguir equilíbrios, despojamento, amor. Tenho que libertar-me deste colete de forças, quero respirar, para viver, sentir-me vivo, devo conhecer outras paisagens. Agrestes ou acolhedoras. É a curiosidade, o motor da minha inquietação. Decidi partir. Apesar das circunstâncias, afeiçoamo-nos. É um amor suave, sem sobressaltos. Viver nestas condições não é fácil. Viver nunca foi fácil. Todavia, a nostalgia embota-nos o espírito quando resolvemos partir. Está em nós ser assim: agarrados ao conhecido, mesmo que o conhecido seja uma rocha rugosa e cheia de arestas, fustigada constantemente por ondas atrozes. Mal nos conseguimos agarrar, manter, mas quando perdemos essa coisa estranha a que chamamos lar, abate-s...