A forma mais calorosa de desejar
parabéns de aniversário a alguém que se estima verdadeiramente, é escrever uma
carta e enviar um ramo de viçosas flores. Porque escrever é deixar vincado o
sentimento, porque as flores viçosas, são a melhor aproximação que se pode ter do
gozo da beleza em estado de usufruto absoluto.
Quanto ao envio, propriamente dito, os
pombos-correio eram práticos e fiáveis, mas caíram em desuso: andam agora
espalhados pelas cidades aos mangotes, desempregados. São os
indigentes dos pássaros, ao que se deixaram chegar!
O ideal é mesmo
entregar a carta em mão, ou usar os serviços dos correios. Se funcionarem.
Depois do primeiro impacto, deixa-se
repousar o efeito causado, de espanto espera-se, e prazer, e passado uns dias,
vai-se pessoalmente, munido da vontade inabalável de um belo de um abraço, um
beijo, um brilho nos olhos original e que seja honesto.
Comparar esta lisura de trato – a carta
- que revela uma grande consideração pelo outro, com o envio de bonecos
animados andróginos a piscarem o olho, porem a língua de fora, com corações a
palpitarem e confetes coloridos, num
ecrã de telemóvel, engrossados com mensagens absolutamente deslavadas de amigos
ou muito pouco amigos, ou preguiçosos, ou falhos de tempo para valorizarem o
que verdadeiramente é importante, é uma comparação incomparável. Sem sentido
ademais.
Só escrevendo, dizendo e abraçando e
beijando e olhando, se carimba forte o sentimento de gostar o outro.
Tente, ouse escrever uma mensagem de
aniversário, das boas, com sentimento, genuínas, e verá os seus créditos karmicos garantidos.
**Pierre Cécile Puvis de Chavannes
(1824-1898) pintor francês
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