Morreu o palhaço e o mundo não quis saber.
O mundo nunca liga à morte.
Morreu o palhaço porque queria ser
gente.
E o mundo omitiu o palhaço.
Um palhaço não pode ser gente.
É uma cabeça de fósforo, tristonha e
patética com essas pinturas berrantes.
O mundo não quer saber dos palhaços.
Nem de gente.
Morreu desiludido dessa ambição,
O mundo, indiferente, nem reparou
nesse acontecimento mínimo.
Todos os dias morrem palhaços, todos
os dias morre gente,
E o mundo não tem comiseração nem
sentimento.
Sejam palhaços sejam gente, são um
insignificante nada.
Amanhã a morte de todos os seres será
ainda mais esquecida, até porque nunca foi lembrada.

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