Procuro uma flor. Deverá ser de cor vermelha, que esteja de
acordo com um relacionamento sério, que confie e aceite que vamos por aí dentro de poucos
dias. Ela na lapela e eu lampeiro, orgulhosos e vaidosos, a anunciar que a
primavera, o tempo do tempo que abre e despeja, se anuncia triunfante, independentemente
das contrariedades.
Não podendo sair e que ela não me encontre, invento uma, faço-a
com as minhas próprias mãos e de seguida pinto-a da cor que lhe é devida.
Então saímos juntos, a debruçarmo-nos na minha janela, e
cantamos alto e bom som, aquela canção que conhecemos e nos deixa com uma
lágrima no canto do olho.
As comemorações brindam-se no coração, se não virmos ninguém
nas ruas, não é motivo de preocupação: é porque estão como nós a festejarem a
sua e a nossa liberdade.
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