O meu lugar é uma pequena aldeia por onde passa um pequeno rio sempre
a correr.
O rio da minha aldeia sujou-se. Não tem metafísica.
Admito perante todos que não tenho aldeia.
Apesar do rio da minha não-aldeia estar poluído, nauseabundo e
ser pardacento, eu não abdico da metafísica.
E gosto da ideia de ter uma aldeia,
com um rio que pode ser riacho desde que desague no mar, dá-lhe
grandeza.
Essa é a minha condição fundamental, ter sítio, o resto são pormenores
sem importância, como existir ou não uma aldeia com um rio ou não a
atravessá-la.
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