Quando não se dão carícias aos croquetes dos senhores, quando o apelido não verga reverências, quando não se senta na primeira fila dos discursos que babam para os babetes, chegar aonde for para chegar, é um caminho de pedras e murros traiçoeiros no estomago.
Chegar à galeria Monumental, em Lisboa, com uma exposição individual, é uma sensação de sabor doce. Depois do caminho vencido, pode-se olhar em panorama e a vista é boa.
Sinto essa coisa estranha de definir, que pode ser um cheio em mim.. Como tu Paulo Robalo agora estás a sentir. Sem te perguntar, porque sei que não preciso. Dizem que os gémeos sentem as mesmas sensações e nós somos irmãos e gémeos com cinco anos de diferença, sem que nenhum de nós veja nessa diferença um impeditivo de sermos gémeos na mesma.
Apesar de te teres ausentando só por uns momentos breves, estás quase a voltar e um dia destes, de braço dado e pimpões, vamos ver a tua exposição e dar de caras e abraços com os que gostamos e nos gostam, todos, ansiosos por ti, à porta da galeria.
É bonito estares hoje na Monumental porque é simbólico e sinto-me como tu: conseguimos.
A tua ausência física é nada. Fomos ali comprar uns refrigérios para a malta e estamos mesmo, mesmo, a chegar.
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