Está
parado, melhor, estaticamente numa posição neutra, tanto tempo ou nenhum,
quanto o necessário para ser invisível, mesmo que seja à nossa frente. Ou então
desaparece, deixa-se de saber dele, onde se meteu, onde se escondeu.
Num
canto, debaixo de algo, tapado por alguma coisa, num cimo qualquer, lugar de
observação panorâmica, mimetização perfeita. Mestre da camuflagem. Ausência de ruído,
anda como que flutuando, sem esforço no movimento que produz, conseguindo as
maiores das proezas do equilíbrio. Funambulista, trapezista, trepa-paredes.
Aplaudido
em ovação.
Todas
as posições das pálpebras nas suas relações com a focagem, desfocagem do olhar
e do que vê, são fortes, vivas, o mistério. Impenetrável ou cristalino. Opaco ou
transparente.
Meigo,
extremadamente, distante, irredutível.
Uma
festa, todas as festas, aproximação, ninho, afastamento. Frio.
Primordial,
essência, mistério
Depois das palavras. O Oráculo silencioso.
Comentários
Enviar um comentário