Vá,
avança, vamos, esboça para mim esse quase indetectável movimento de
aproximação, o sinal de que é também a minha vez de avançar, desempenhar a
parte no papel que cabe de te amar, e que o saibas tu, sem equívocos, o amor
que me obriga-prazer, magnetiza colando-me, dois, um, a ti.
Quando
tomares a decisão de sinalizares a tua dica para a minha dica de entrada na
cena nossa, abrindo a possibilidade de realização do movimento de amor estratosférico
que esperas de mim, fá-lo sem peso de nada obrigatório, um impulso sem razão,
mas acontecido unicamente para nos celebrarmos os dois, na invenção do amor.
Eu, nervoso e momentaneamente desentendido do
controlo de mim, darei a novidade ao mundo, para que se saiba sem fronteiras, e
porque sou de anunciar a qualquer pretexto, na maior das exuberâncias de
excêntrico que sou.
Direi
que me amas e eu a ti, e pela simplicidade, parecendo repetitivo o anúncio desta
cumplicidade única a dois, desde sempre dos homens existirem, digo na mesma, porque é a mim que me cabe dizê-lo
imponentemente, com a extensão e efeito de dizer que se ama alguém, mesmo que
sejam todos, e é tão difícil dizê-lo e que o acreditem.
E
como me coube, levo as missões que são a essência da vida, a sério:
Amo-te-vos.
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