Já falei dele, mas nunca é de mais. Gostamos de nomes pouco comuns e não diferenciando espécies animais – daí o incomum, quem é da família é da família -, damo-nos por vezes nomes excêntricos. Lembro-me do tio Tertuliano, da tia Florinda, da cadela Maria Balbina, do cão Ancónio - que depois, por consideração à minha mãe que só conhecendo o nome Paulo, ter em casa um cão com o nome desses só lhe iria complicar ainda mais a vida – , que se passou a chamar Óscar, nome que o meu sobrinho mais novo veio a ganhar, e quando souber disto não sei se irá gostar. Do Óscar, o cão, fui parteiro e coveiro, o que me extravasou de alegria, e secou-me de tristeza. Dei-lhe vida e tirei-lhe vida, e nunca quis ser deus, foi o mais próximo que estive e não quero para mim esse desígnio. Assistir à sua alvorada e ao seu crepúsculo, foi forte, e se é para sofrer, antes humano do que deus. O fim da sua história abriu uma ferida que doeu a cicatrizar. Quando os meus pais, livres dos filhos, começaram