Foi numa manhã de primavera que a conheci, e gosto que tenha sido nessa manhã e naquela ideia feita do tempo da renovação da vida que se cola a esta estação do ano. Foi há uma vida que esse dia e essas condições particulares aconteceram. Agora, já está tudo nebuloso e intermitente. A visão e a memória. Gosto que tenha acontecido aquele dia assim. Na despedida do mês de Abril, quando o sol, nos intervalos dos plúmbeos dos céus que se resolvem da chuva até que o outono dê de caras, que começa a acenar-nos com a promessa de tempos mais despejados e calorosos. Há dias de Abril como não os há noutros momentos do ano. É o mês da renovação da esperança. Da utopia da igualdade. Da quimera da liberdade. Fui cedo, ao romper do dia, para conseguir um bom lugar. A feira da Ladra, levanta-se com a noite, quando toda a cidade ainda sonha sonhos e pesadelos, sabendo que amanhã é sábado. Seriam umas sete horas da manhã, quando estendi uma toalha de mesa, cor carmim e com relevos brocados, pel