Até tempos recentes, as cegonhas traziam equilibradas nos seus longos bicos as grandes obras dos homens, seus maiores tesouros, e entregavam-nos em todas as partes do mundo segundo planos e organização logística que desconhecemos, mas muito bem organizadas. Não interessa para a história o hiato temporal em que as mulheres grávidas e com grandes barrigas, aparecem de um momento para outro livres delas, lisinhas, que é o preciso instante, em que a cegonha, bica-lhes à porta com um recém-nascido adormecido e agradado, pelo balancear pendurado no bico, durante o voo que o trouxe pela primeira vez a casa. As cegonhas deixaram de fazer este serviço, há demasiados aviões que não lhes ligam nem a ninguém e são senhores do espaço aéreo. Elas atrapalham-se e sendo um trabalho de responsabilidade não arriscam entregar a mercadoria com defeitos, pelas alterações constantes de altitude e velocidade, a fugirem dos aviões, correndo mesmo o risco de deixá-la cair no abismo das alturas. É por essa ra