Agosto é o melhor mês do ano. Gosto de todos, mas este, para mim, é o mais bonito dos nomes com que baptizámos as fatias do tempo. Agosto é o mês dos campos posto em sossego, da família que nos visita, das festas em honra da nossa padroeira. O Farrusco e eu andamos desvairados nos preparativos das festas da aldeia. O Farrusco é cão, mas é o meu familiar mais próximo. Os outros estão lá fora (porque raio se diz lá fora?), e é por essa razão que a comissão organizadora das festas da minha aldeia só tem dois elementos. Não há mais habitantes, e com os fantasmas não se conta, que eles para mexerem um dedo, está quieto! Só estorvam. É uma trabalheira doida, só uma pessoa e outra que é metade de pessoa, mas a vontade é muita e somos profissionais nos festejos, sentimentais portanto. Este casario é mais um lugarejo acanhado do que uma aldeia, mas tem igreja e escola, o que é fundamental para a sua dignidade de aldeia, apesar de não terem uso. Como somos pouco...