E húmido.
As alterações climatéricas nas últimas décadas habituaram a um clima mais
ameno, apesar de um que outro pico tempestuoso inesperado.
Antes as estações estavam no sítio – tudo tinha um sítio - a época certa
para cada uma, e na sua época todos sabiam com antecedência as manifestações de
tempo que iriam acontecer, facilitando em muito as arrumações dos roupeiros.
Era uma monotonia, porque sempre previsível, mas era assim.
Ultimamente com as mudanças bruscas, ficou-se sem saber o que vestir, no
entanto as pessoas nem se queixaram, pelo contrário, têm andado muito mais
felizes dada a já referida complacência dos calores, dos dias mais solarengos,
puxando a sair de casa e flanar por aí.
E a felicidade rondaria não fora o facto dos fenómenos inesperados,
que alteraram na última década o nosso microclima.
Este ano então - as condições têm-se agravado e muito
– está a ser um verdadeiro vendaval de temperaturas amenas, uma enxurrada de
episódios sem anúncio prévio nem controlo.
De tal forma que já não se confia na proteção das telhas dos telhados, ou
pelo menos dos telhados de alguns.
A chuva e a humidade das águas em catadupa, assenhoram-se dos corpos e
deixam as pessoas indispostas, desarmadas pelo achaques nos ossos e nas
articulações que tolhem os movimentos e a sua plasticidade.
Baralham-se as ideias, fica-se sorumbático e triste: sem acção ou reacção.
Um tempo assim não é nada bom, dizem que vai
continuar por todo o inverno, sem garantias de Primavera ou um verão
quente e escaldante.
Quando chegar o próximo Outono logo se verá se volta a vontade de sair à
rua, se o reumático deixa pegar na caneta como deve ser, e escrever como é
devido.
Caso as condições adversas se mantenham, ficará muito papel em branco,
desperdiçado inutilmente.
O que seria uma pena.
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