Fui sempre um trinca-espinhas. Com pena própria, pois gostaria de ter sido um Adónis, um Apolo, um Hércules, um Silvester Stalone (só o admirei no primeiro filme, era adolescente e não me apercebi que ele era um bronco, sou mais tarde), musculado, imponente e belo, fosse de que Olimpo fosse. Era isso que eu queria, mas a natureza não me fez assim. Em catraio, ingeri a contragosto, lembro-me disso com algum enjoo biliar, a farinha trinta e três, um « alimento saudável composto unicamente por ingredientes naturais: amido de milho, farinha de trigo, amido de mandioca, açúcar, cacau puro em pó, dextrose e vanilina. E um sabor a chocolate que continua a deliciar todas as gerações», seguindo a indicação da bula que nem sequer contesto, mas a minha mãe e a minha avó recomendavam vivamente (não havia alternativas). Quando conclui, a custo e à custa, que não saia vencedor -nos intervalos na escola primária -, das questões resolvidas a murro e pontapé (os grandes, só de os ver desistia l