Não somos conhecedores de tudo o que se passa debaixo de água, ainda menos quando nos dedicamos às tarefas do dia-a-dia, que salvo sejamos escafandristas, as executamos à superfície. Por isso podemos palpitar sobre a vida nas profundezas, no desconhecido, nada mais. Há quem sonhe frequentemente, quem é dado a sonhar frequentemente, com sereias e outros seres extraordinários, habitantes como os peixes e outros dos mares, mas lá está, também não sabemos se existem. Dizem-se em histórias e no passar de boca em boca, quando a isso calham, que em noites de lua cheia estes seres de uma feminilidade incontornável, encantam e hipnotizam os belos efebos que se aproximam das águas, por estes serem sensíveis e poéticos ou porque estando tristes, a companhia das ondas sincopadas, embala os sonhos e afasta-os das angústias da vida. É nesses momentos, em que baixam a guarda, que são sequestrados por elas, que os arrastam para as profundezas incógnitas, não se vindo a saber o que acontece depois. N