Como é de imaginar, o gabinete do chefe das secretas, o chefe mesmo, a quem chamam de Director, é o ambiente mais asséptico que existe em todos os ambientes-gabinetes públicos, todos mesmo, incluindo os blocos operatórios e os laboratórios sofisticados. Não é dos líquidos e dos pós, que esses também não se olha a despesa, é de ser um local onde não entra nem sai uma aragem que seja, muito menos uma palavra mal balbuciada, que escape aos trambolhões e venha a causar um tsunami seco. Há gente própria, apropriada dizendo assim, com cursos para isso, cuja carreira profissional é monitorizarem a tempo inteiro a salubridade, higiene e estanquicidade do gabinete do senhor Director das coisas secretas. Não se sabe se são felizes e realizados, cumprem essa função, vão para suas casas, têm ou não família, e hão de vociferar uma que outra vez em frente a um jogo de futebol. Do Director é que nada se sabe. Não é visto em lado nenhum. Ouvido ainda menos. Nada. Diz-se que é ubíq...