Estudei na Madrassa , em Samarcanda. Filosofia. Dizem alguns que estudar essas coisas seca a alma. Talvez. Não tinha mais opções, não tinha habilidade para ser guerreiro e o comércio não era para mim. Ou a filosofia ou a religião. Esta, tentei, fui honesto, pareceu-me monótona. A primeira, construiu andaimes no meu pensamento. São tantas as questões que nos tocam. Cheio de dúvidas, mas cheguei aqui, inabalável, um amante razoável e leal da filosofia, e mantenho a fé no pensamento. Samarcanda era nesses tempos, uma encruzilhada cosmopolita. A Rota da Seda, e das especiarias, e afinal, de todos os bens e riquezas que as longas caravanas de camelos transportavam por milhares de quilómetros, sob o calor inapropriado dos desertos e a solidão dos homens, os condutores dos camelos, que não tinham outra família que as bestas e estas eles, pensavam ambos as mesmas coisas, seres sobreviventes, sérios, introvertidos. Nos dias que procuravam refrigério nesta grande cidade do mundo conhecido