O Manchas vai ser pai. O António ainda não sabe e não tem como saber já que ele e o cão têm um problema de comunicação, e quando toca a puxar ao casmurro, cada um puxa mais. Vai ser uma surpresa. Foi a cadela da alemã que lhe deu a volta ao discernimento, pôs-lhe o aparelho hormonal e por sua vez, por ordem de acção directa, as extremidades em ebulição. Um destes recentes dias, andavam eles a pastorear nos escondidos de um vale profundo, o António pôs-se a marinar, depois da bucha e da bota abaixo, ressonando efusivamente. As cabras e as ovelhas ruminavam que não fazem na vida outra coisa, são bonitinhas, mas também não é para tanto: esgotarem uma existência quando é tão difícil cá chegar, para virem ruminar, é um desperdício. Enfim, elas saberão! Todos assim e o Manchas sem nada para se entreter, meteu-se no papel de cão farejador, a imitar ao perdigueiro – uma mania que ele tem - e deu de focinho com a cadela da alemã, que tal como a dona, ladrou de um modo estrangeiro que o