Morre um homem e logo nasce outro.
Alguém sentirá a sua falta,
um dia outros sentirão , pelo que nasceu agora.
Sentimos a falta de um corpo que deixou de existir.
Isso doí e leva tempo, se é que alguma vez se consegue,
esquecer na sua totalidade.
O que esse homem no entanto disse, se nos tocou, por terem
sido palavras gémeas das nossas,
não se esfuma com um sopro, nem com o mais assustador dos
vendavais.
Fica pregado à nossa pele, supremo odor de um perfume raro.
Obrigado meu amigo, gostamos tanto das mesmas palavras!
Só a boa literatura descentra um gesto aparentemente
obsceno, no mais revelador dos sorrisos.
Grande fotografia essa.
E nesse enorme sorriso,
atracamos a bom porto,
superadas as intempéries da vida, sempre muito perigosa.
Mas se de quando em vez não a mandamos ver se chove,
como merece,
não arrojamos como tu, tão despreocupadamente, por outros e
desconhecidos caminhos, lá onde seja.
Por favor, se não te esqueceres, vai pondo uma pequena pedra
nas tuas novas encruzilhadas,
para quando eu partir à tua procura e de outros amigos,
Poder chegar mais depressa ao abraço.
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