Há ainda a dizer, que era um pequeno bairro de casas brancas, quase iguais, com pequenos jardins, alguns só com uma árvore, de fruto, e os miúdos do bairro, encenando heróis ou perdedores, “assaltando” os quintais alheios para colher uma peça que fosse, demonstrar a sua bravura e sinais de coragem, ganhando pontos na hierarquia do grupo. Bem precisariam dela, mais tarde, quando embarcaram para a guerra, defenderem o indefensável. Arbustos desenham os muros, não é tempo de jardins exuberantes e relvas caras, muitos menos piscinas, carentes de espaço e de utilidade sociológica. Algés apresenta-se do outro lado de uma avenida ampla que imita o rio que desagua à sua frente, quase a dar o último suspiro na linha da praia, onde ao longe se adivinha, com esforço na visão, um minúsculo farol, flutuando. Saindo dessa foz, por um cordão umbilical, que não se consegue cortar -filhos e pais e filhos, enrolados nele, sem desembaraços à vista, que permita liberdade de movimentos e um respirar