Não queria que me escapasses. Não tenho explicação, Eu mesmo achava que não era desses, Mas nos momentos limite De te deixar ir, Prendia-te ainda mais. Abraçava com uma força Desmedida, Que nem sabia que possuía. Uma atracção magnética, Se o posso dizer. E tu, Indeciso, Mas com alguma vontade contrária, Ficavas. Eu, Antecipava o inevitável, Minutos, horas, Quem sabe dias inteiros, Perfazendo muitos. Esperança vã. Porque, Para que tu nunca te afastasses, O que eu deveria realmente fazer, Era abrir as mãos e deixar-te ir. Impulsionado por um pequeno sopro, Meu, Saído da minha boca, Sussurrando no seu impulso : liberta-te, vive-nos!