Com a introdução do Juíz Presidente sobe o volume do ruído, murmúrios, demasiados murmúrios. Estão ali uma mão cheia de todos, em representação do colectivo dos homens, a única espécie que tem questões por resolver com Deus. Todas as religiões e crenças, todas as correntes da filosofia e das ciências, os agnósticos, os ateus, os indecisos - são tantos estes – os burocratas com ou sem religião, os tecnocratas, nunca faltam à chamada. O Juiz pede contenção, tenta como um chefe de orquestra controlar as exaltações. Não tem batuta, tem as mãos, e os seus pausados movimentos de braços no sentido descendente, indicam que os ânimos devem serenar. Consegue. - Temos muito para Te perguntar, tanto que poderíamos ficar aqui para o resto dos nossos dias. Os nossos, não os Teus, porque és eterno. Não podemos perder esse tempo, porque temos famílias que nos querem ver e nós queremos vê-los e seguir as nossas vidas, e as coisas que temos para fazer e para completar, e temos pr