Vestem escuro, vivem de negro. uma formalidade. Sorrindo e que alguém o possa vir a saber: que sorriram, porque não testemunham o sorriso. Um véu tapa-lhes essa possibilidade e o mundo, que queria tanto, nunca ajuizará a pureza desse rasgar genuíno de uma boca escondida. Praticamente só sobressaem os olhos, igualmente negros, grandes e muito redondos e perscrutadores, azeviche, pouco mais é dado a ver. O sinal de uma vida envolta dos pés à cabeça, em camadas de preto, por véus quasi-transparentes que sobrepostos são opacos. E como só despontam os olhos, concentram neles toda a sua energia, a comunicação inteira de um corpo, que quer escapar mas não pode. Imagina-se que aquele corpo que se imagina, tem os seus ângulos, uma harmonia. Imagina-se também que tem recônditos abrigados, outros menos. Aos olhos exteriores do desconhecido que os observa, não têm forma, são voláteis. Corpos fantasmagóricos, espectros à luz do dia. Corpos escondidos, entaipados, recolhidos em