Vista do céu, a Terra é uma bola de azul intenso, que sobressai como primeiro plano das outras cores que a pintam. Pinceladas de castanhos e amarelos, não é monótona. Algum marinheiro dos céus, viajante de uma barcaça espacial, de braços nus, tatuados, apoiado na amurada do seu navio interstelar, que neste preciso instante a veja e se detenha com atenção, pasma-se da sua beleza, por mais não seja que o tempo milimétrico de uma suspensão do respirar. Pode acontecer que se emocione, na forma de emoção que seja a sua, um ser de mundos desconhecidos, desarmado inesperadamente por uma profunda sensação de plenitude, fenómeno possível de acontecer quando desprevenidamente se dá de caras com uma manifestação do belo e não se esperava. É, sem dúvida, uma alta concentração de emoção. Levar a um aperto do peito, uma pressão intensa, carência momentânea de ar, ligeira tontura a isso devida, algo de inesperado que vai ficar gravado na memória de uma viagem, a que mais marcou,