Nos cenários do impossível, tudo é possível. Existe, não existe. Foca, desfoca. Inventa-se. Cria-se. Estou sentado no velho sofá companheiro de inúmeras aventuras e descobrimentos. Juntos participamos felicidades e tristezas. Meu confidente, onde sonhei futuros, tricotei ilusões, ancorei catadupas de pensamentos uns estéreis outros não, tomei decisões, umas boas outras poderiam ser melhores, foram as melhores que tomei. Estou envolto nele a deambular nestas coisas e dá-me vontade de atravessar o estreito de Magalhães. Cá vamos nós, o sofá nunca se recusa! Saio do meu conforto sem sair, vou eu e ele directamente para tempestades que metem medo, vendavais de levantar as fundações das casas e dos seres, e outras intempéries, imerso na leitura de um livro de um chileno que escreveu sobre os mares do fim do mundo, terras setentrionais, de gentes poucas, duras, solitárias. Num piscar de segundo, sou marinheiro, faço parte do livro, mais, vivo dentro do livro, personagem novo. Estou n