“Odeio a praia. Água, nem se fala. Alergia. A areia repugna-me, excremento geológico perverso a imiscuir-se no corpo dos outros, por tudo quanto é sítio. E não há forma de nos vermos livres dela: ao fim de uma semana ainda a trincamos, aparecem grânulos mínimos mas incomodativos nos interstícios mais recônditos, que foram lá parar propositadamente para nos irritar, causar incómodo, tirar o sossego, uma coceira infinda, a perna a imitar um braço de um boneco dos chinês irritantemente chinês, até ao durar da pilha, felizmente não duram muito. Areia e sol juntos, o pior convite – vou a contragosto - que me podem fazer para passar um dia fora de casa. Não é sequer um convite, ninguém me pergunta se quero, levam-me e eu vou. Bem se sabe que adoro a rua, espaços amplos, agora ver tudo em tons de amarelo, sem um apontamento de verde - a minha cor preferida - não haver nas proximidades um pequeno arbusto onde nos possamos alçar, e ainda queimarmos as nossas mesmas plantas- as dos pés