As balas traçavam uma ponte aérea sobre os telhados das casas, numa margem para a outra da rua vazia pelas razões de haver tiros com ricochete para o sentido contrário e perigosos. Mantinha-se operacional – operacional? – um posto militar, no início da rua, do lado nascente. Não se sabe porque não havia outro no lado poente, não fazia sentido. Provável escassez de meios humanos, tinha morrido muita gente, falta de recursos. A colónia foi entregue com hastear oficial da bandeira na capital, trocaram-na por uma nova, a nossa é muito mais bonita. Encenou-se uma passagem pomposa de testemunho, com apertos de mão e discursos. Agora a guerra ficou toda para eles, caseira. No posto militar daquela rua duma cidade em África que tinha o nome de uma cidade de Portugal, esperava-se pela evacuação, os militares não saiam de dentro do abrigo, era muito azar acabar a guerra e ser-se atingido depois disso. Como se contaria aos vizinhos, caso se sobrevivesse? Soava a anedota, não f