Estou numa torre, só pode ser uma torre. A altura desta torre é enorme, estou suspenso nela, sei que tenho vertigens mas sou atraído involuntariamente para uma janela recortada numa parede irregular. Está a acontecer comigo o fenómeno magnético de atracção dos ímanes. Plasmado numa janela. Não distingo nada com nitidez. A força que me atrai a esta possibilidade de janela, não me autoriza a mexer um único músculo. Desagradável. Estou colado a uma janela porque pouco antes desse fenómeno involuntário ter acontecido, reparei num ponto de luz minúsculo na imensidão da parede vazia, onde um luar provável batia o pé às trevas da noite. E foi precisamente para esse ponto que fui sugado, só porque olhei para ele. ... Olho e pouco vejo, mas continuo cheio de vertigens. Acho que flutuamos. Eu e a torre? Nem sequer sei se estou numa torre ou num barco desgovernado. O balanço está na cabeça ou vem de fora de mim? ... Sinto que não estou sózinho. Estou numa sala, mas a jane