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Mensagens

A mostrar mensagens de abril, 2025

As 14 estações do caminho do Homem

O Homem é condenado à morte O homem é inocente do pecado que não cometeu. Outros homens, menos homens, condenam-no à morte.   O Homem carrega a cruz às costas Esses menos homens, invadem a terra do homem, destroem tudo e a possibilidade de ele continuar a viver, no único lugar que conhece e chama seu.  O homem inocente percorre o caminho da sua cruz,   O homem cai pela primeira vez Titubeante, fragilizado, cai e sofre, custando-lhe levantar-se e enfrentar o caminho que não tem sentido percorrer assim. O homem encontra a sua mãe O homem olha olhos nos olhos os seus, sua mãe, seu pai, e chora, porque é impotente e não os consegue proteger do mal que se abateu sobre eles.   Um homem como esse homem, ajudou- o a carregar a cruz Um transeunte, homem seu igual, apieda-se e ajuda-o a carregar a cruz. Peso insustentável para toda uma humanidade, representa o peso do mundo, nesse homem triste e inocente, que a carrega,        Uma mulher de nome Verónica ...

Um passeio de barco

Desnovelámos uma conversa suave, sobre tudo e sobre nada, falamos das coisas mais complexas e das maiores futilidades, flutuando suavemente com essa partilha, num pequeno barco de pesca, pairando em recantos de rio, molduras para pinturas naturalistas. Como em todas as coisas que são importantes, na importância que damos a episódios das nossas vidas, o tempo parou, suspendeu-se para nós, curioso a querer ouvir a nossa conversa. De quando em vez, a interromper o silêncio majestático de um rio tranquilo, o ruído das grandes carpas em trabalhos de parto (desova). A riscar o céu que estava posto de azul para nós, corvos marinhos negros, flechas voadoras, garças reais e outras, de longas asas, ganhando altura em movimentos longos de impulso, águias pesqueiras, seres de nobreza respeitosa. Os recortes das curvas do rio, a derramarem reflexos dos verdes das árvores cerradas, sobre a superfície da água, a recebê-los, misturando-os de seguida com as cores próprias e suas que as águas têm. E...

O Caçador que é só de nome

  A o lado de um grande homem, um que o seja, está uma grande mulher, que seja só mulher. E ao lado desta estará este. Parece um salmo canónico, mas não é. Não tem nada de divino, tem tudo de humano. Falamos da harmonia das coisas. Assim devia andar o mundo, aos pares, dois fazem uma maior do que um só. É a filosofia dos axiomas simples, que podem levar a teses de mérito. Esta regra devia cumprir-se em tudo: na vida das famílias, na vida das labutas, na vida dos prazeres transitórios. Sendo este o panorama, desta conversa enviesada que não se entende, damos de caras com a porta do restaurante O Caçador. Entrados, devidamente instalados, recuperado o folego da catadupa de palavras para chegar a este ponto, podemos, agora relaxados, desfrutar de um bom repasto (o vinho é honesto). Bochechas, Queixadas, Lagartos, não se trata de um manual de anatomia veterinária, nem o cabrito, nem o borrego. É de comida que se fala e juntamente com outras estrelas do menu variado, fazem a casa,...