O maior mistério de todos os tesouros é não se saber onde estão, pairarem escondidos do olhar, com inimagináveis riquezas que não se sabe se sim ou não. Por isso mesmo porque não se veem é que soltam as imaginações, desabridas, em cavalgadas sem rédeas. Se há coisa que vem em qualquer momento a jeito de todas as mentes menos as diminuídas, é a invenção de uma bela e robusta história. Entretém, preenche, justifica, dulcifica. Os miúdos têm uma curiosidade insaturável. Há casinhotas completamente desinteressantes e outras que despertam sururus, mistérios insondáveis. Estão em fila e têm as portas de madeira pintadas de amarelo, canário. Estão numeradas ou não, talvez. De todas, a que se destaca é a número três, número que deus fez e neste caso o que calhou ao fotógrafo, que a habita (uma forma de dizer) e vive com a família no rés-do-chão esquerdo. Não é um homem de simpatias fáceis. Um fotógrafo tira fotografias, mas o senhor Casimiro nunca foi capatdo na via pública