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ESCREVER

É um encadeado de acontecimentos involuntários, não há controlo, a continuação e o rumo da história não está na nossa mão, somos só executantes – mais ou menos artísticos – de um guião escrito pelos pensamentos que brotam de nós com vida própria, independentes dos nossos desejos, dos estados de espírito ou se as condições atmosféricas estão propicias naquele dia, naquele momento, ao acto de escrever.
HOJE NASCEU ASSIM, A  PINGAR UM RASTO DE LUMINOSIDADES FORTES
o Sol hoje nasceu assim, de parto natural e sem complicações
Estou a pôr a minha memória na nuvem...

UM CERTO LITORAL ALENTEJANO, NOVELA FOTOGRÁFICA

Mesmo que seja de passagem é deselegante não deambular pelas ruas da vila. São Teotónio diz que tem a maior comunidade emigrante romena do país: essa mania de se inventar a pretexto de uma minudência alguma coisa que seja a maior e melhor, e ninguém tenha igual ou parecido, é coisa nossa.                                               Como era o que havia mais à mão, São Teotónio, lançou esse boato cá para fora, e pegou. Nas três vezes que lá fui no espaço de uma semana, não me cruzei com nenhum(romeno), mas também é verdade que não os distingo dos portugueses, havendo uma alta probabilidade de que misturados, não seja fácil identificá-los.  Quanto à "barreira" do idioma e com quem se falou, assegura-se que a comunicação foi feita num genuíno alentejanar da palavra, e sobre o sotaque o mesmo. Pode dar-se o caso que eles há tanto tempo emigrados falem correctamente esta  nuance do p

SOL E PESCA

Não é propriamente um bairro. Num bairro habita gente com animais de companhia, este sítio é um local de pessoas de passagem, circulantes, caminhantes  acinzentados  indo e vindo das suas ocupações da vida. Alguns param, intervalam ao fim do dia para conviver e beber nos estabelecimentos antigos e poucos que sobrevivem. Na nomenclatura das lojas, dos bares, dos nightclub , figuram nomes com as toponímias do mundo: Copenhaga, Tóquio, Jamaica, Oslo, Europa. Dá-se a volta à terra na distância de uma rua, com o chão pintado na cor da rosa. O comprimento do mundo em trezentos metros estreitos. A zona foi pouso de marinheiros e senhoras de profissão liberal com contador de moedas entrepernas. Agora passam turistas escrutinados pelos olhares desconfiados dos residentes escassos, amarelados há muito pelo insidioso mal da nostalgia, que lhes põe essa cor emaciada. Velhos que se deixaram ficar, e ao darem conta disso, tinham raízes a prendê-los às pernas dos bancos de madeira
Sem a necessidade de encadearmo-nos com as cores iridescentes, mas metálicas dos ecrãs das máquinas, o mundo existe e é assim pela manhã, com a possibilidade de vir a ter um céu limpo ou plúmbeo.