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DO AMOR INCONDICIONAL - 6 - DA MÍSTICA

O meu amor rasga-me o corpo, como uma faca de gume afiado, finíssimo, penetrante, violentando as minhas entranhas indefesas porque esperam por esse acto, dor insustentável, uma volta às avessas do meu corpo e da minha alma através da dor, no entanto é amor. Levo-me até aos limites do sacrifício. Só nos limites se operam os milagres. No outro lado nasce o prazer sem nódoa, virgem do pecado, imaculado. Ultrapassado esse ponto de não retorno, a grande janela do nosso coração escancara-se, ingénua de boas intenções, plena de esperança, convida-se a entrar uma luz nova, um ar puríssimo, a renovação, a paz. Somos invadidos pelo Espírito Santíssimo, alimento de todos os alimentos, panaceia mística do amor. o Amor a Deus, o maior amor, o mais sofrido, o mais despojado, só esse amor é o amor. É por isso que luto e sofro e doo-me e vou aos impossíveis para ganhar o mais glorioso dos amores, para o qual não há condições, só dádiva. Dar incondicionalmente, sem expectativa. Sem r

DO AMOR INCONDICIONAL - 5 - DO COLECCIONADOR

O roteiro de uma vida de colecionador- um amor muito especial, pelo objecto sem vida a que se oferece o sopro da palpitação, na transferência que o amante faz para o objecto amado – pode ser esfiapado ligando as pontas das colecções que foi fazendo nos anos de acumulador preciso, metódico, um compromisso pessoal que se leva até ao fim do caminho. Constrói-se a história dessa pessoa observando os objectos que ele guardou na sua arca dos tesouros e que desempoeirou constantemente, tocando, pegando, afagando com um desvelo que não é comum aos mortais comuns. Dados mais do que suficientes para se fazer um roteiro de um indivíduo.  Todas as colecções, não havendo pistas e ligações que assim o indiquem, têm entre si uma afinidade, constituem o padrão de quem as colecionou, desenham uma impressão digital, são a identidade do seu possuidor. Colecionar é amar, um amar que se define pelo possuir. Quem possui tem sobre o amado todo o controlo da relação. O possuído é inerte,