O chão é de pedra de calçada, sem desenhos, é todo branco, irregular, português. O espaço que delimita o pátio nas traseiras do edifício em “L” parece gigantesco, mas tem pouco mais de cem metros quadrados, um rectângulo quase perfeito com dois lados de paredes meias com as janelas (os quartos e as cozinhas estão viradas para esse lado), no lado oposto uma linha de casinhotas de arrumações, numeradas, uma por inquilino. Os rapazes quando jogam a bola, sempre, passam o tempo a subir ao tecto das casinhas e a saltar para o pátio do prédio ao lado para a apanharem. É um prédio com poucas crianças e as que saem juntam-se às do lado de cá. A porteira deles é rija, bigodenta, quando apanha um profanador de pátio alheio leva-o, vitoriosa, uma orelinha vermelha prensada pelas pinças dos seus dedos enrugados, ao tribunal dos progenitores ou substitutos ao serviço. Saltar para o prédio do lado é uma picardia escaldante, onde se fazem muitos heróis. No outro extremo do rectângulo, u