Feliz estou muito, mas igualmente apreensivo.
O meu filho que não posso nomear nome próprio para preservar a
sua intimidade, estava ansioso para viver. Uma vez criado, que seja para viver.
Sete meses no tédio da barriga da mãe, cansadíssimo, com ruídos
incomodativos a todo o instante, foi mais do que suficiente para considerar-se
fisiologicamente capacitado a ter sucesso numa carreira a solo.
Não posso estar em desacordo com a decisão, uma vida é um tempo
tão pouco, se estamos prontos porque não avançar?
Foi o que fez. Obrigou-se a ser parido. Esteve três dias a
ponderar as condições e tomou conta do seu assunto: mandou o tubo do oxigénio
dar uma volta, achou que continuar no escuro era entediante e contra conselho
médico, entreabriu os olhos, que eu, pai, ainda não sei a cor, não lhos vi bem.
Os médicos nem sempre têm razão e o meu filho tem uma
personalidade forte. Se quer ver que veja, se quer fazer escolhas fracturantes
que faça. Sou adepto de uma educação liberal.
Só há uma coisa que o agasta, apesar de ainda não me ter dito,
mas não me estranha nada que numa das minhas visitas diárias à neonatologia,
ele, do nada, verbalize o tema: os gorros de berloque e as meias de amarelo
profundamente confrangedoras para uma criança que tem carácter e que persistem
em escolher o guarda-roupa.
Concordo e estou solidário, mas o que posso eu dizer aos
familiares solidários que acham que o meu filho anda a pedir à vida para viver,
e que só o vai conseguir com a cabecinha e os pezinhos quentes? Para não lhe
oferecerem coisas ridículas que o deixam mal no ambiente dele?
Só espero que se contenha e não me embarace, mas aqui para nós,
um rapaz que tem ambições, não se pode apresentar com meias amarelas!"
Amo o Minimeu mesmo como filho oficial e concebido pelo Joaquim do café "as três palmeiras" (um dia vou perguntar porque tem este nome), ainda
bem que veio, é mais um a ajudar a levar isto para a frente, que está perro.Este sítio estava a ficar xaroposo faltava alternância.
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